Um olá e um beijo - no rosto.
Diferente de todas as outras vezes nas quais tive que rever alguém que me fez sofrer, desta, não doeu. O coração bateu, sim, mais rápido, mas não o senti encolher bruscamente, como se ele fosse deixar de existir. Não fiquei sem fôlego. O nó na garganta se dissolveu em segundos. O sentimento de rejeição deu lugar à certeza de que nada acontece por acaso. Eu não sentia mais raiva, vergonha, ou mágoa. E já que eu não tinha outra escolha a não ser estar ali, prometi a mim mesma que iria me divertir.
Abotoei o cinto e fiz minha parte para que a conversa fluísse confortavelmente pelo caminho. Lembrei-me, sem saudade, de como ele costumava segurar a minha mão enquanto dirigia e do quanto eu me esforçava para que ela estivesse sempre macia. A recordação surgiu tão remota e sem vida que parecia ter acontecido há muitos anos. E a ironia me provocou a vontade de rir. Permiti-me.
Sorri discretamente. E o fiz outras muitas vezes naquela noite. Quando pude escarnar friamente todos os seus defeitos, antes ignorados. Quando conseguia me convencer de que eu era melhor, mesmo ele sendo indiscutivelmente mais inteligente. Quando ele me puxava, forçando abraços ao ver outros homens olhando para mim.
Eu não parecia a mesma que, há alguns dias, estava aos prantos pedindo conselhos às amigas e tentando entender o que teria acontecido. Toda a aflição pelo reencontro desapareceu. Pela primeira vez na vida eu não vivenciei o desejo de vingança, a torcida para que tudo acontecesse de pior para ele, nem a aposta comigo mesma de que um dia ele se arrependeria.
Ninguém tocou no assunto. Ninguém provocou ninguém. E, na porta de casa, trocamos aquele olhar de quem sabe que nunca mais se verá, sem se importar que isso realmente aconteça.
Diferente de todas as outras vezes nas quais tive que rever alguém que me fez sofrer, desta, não doeu. O coração bateu, sim, mais rápido, mas não o senti encolher bruscamente, como se ele fosse deixar de existir. Não fiquei sem fôlego. O nó na garganta se dissolveu em segundos. O sentimento de rejeição deu lugar à certeza de que nada acontece por acaso. Eu não sentia mais raiva, vergonha, ou mágoa. E já que eu não tinha outra escolha a não ser estar ali, prometi a mim mesma que iria me divertir.
Abotoei o cinto e fiz minha parte para que a conversa fluísse confortavelmente pelo caminho. Lembrei-me, sem saudade, de como ele costumava segurar a minha mão enquanto dirigia e do quanto eu me esforçava para que ela estivesse sempre macia. A recordação surgiu tão remota e sem vida que parecia ter acontecido há muitos anos. E a ironia me provocou a vontade de rir. Permiti-me.
Sorri discretamente. E o fiz outras muitas vezes naquela noite. Quando pude escarnar friamente todos os seus defeitos, antes ignorados. Quando conseguia me convencer de que eu era melhor, mesmo ele sendo indiscutivelmente mais inteligente. Quando ele me puxava, forçando abraços ao ver outros homens olhando para mim.
Eu não parecia a mesma que, há alguns dias, estava aos prantos pedindo conselhos às amigas e tentando entender o que teria acontecido. Toda a aflição pelo reencontro desapareceu. Pela primeira vez na vida eu não vivenciei o desejo de vingança, a torcida para que tudo acontecesse de pior para ele, nem a aposta comigo mesma de que um dia ele se arrependeria.
Ninguém tocou no assunto. Ninguém provocou ninguém. E, na porta de casa, trocamos aquele olhar de quem sabe que nunca mais se verá, sem se importar que isso realmente aconteça.
14 de maio de 2010 às 16:52
E é estranho e lindo quando acontece isso!
14 de maio de 2010 às 17:18
Você é uma guerreira, isso sim.
Continuo achando que um último encontro depois de uma situação estragada vai me deixar pior do que já estou. Ainda mais quando é questão de dias!
E não, eu não consigo não desejar que tudo de ruim aconteça pra ela. Eu quero mais é que aconteça em dobro!
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http://desastrososvirtuais.blogspot.com
14 de maio de 2010 às 17:27
Camis, que lindo. E que poder, vc. Não sei se conseguiria. Suerte!
15 de maio de 2010 às 22:54
Bah, estranho reencontro, estranha sensação. Eu fujo de reencontros, parece que está escrito na minha cara: estou tentando parecer normal, mas estou só dor por dentro. Deixo dw fugir quando a dor cicatriza.
16 de maio de 2010 às 12:30
Ahhh Camis, há mais de um ano digo mil coisas e finalmente vc me ouviu! ^^. Fico muito feliz por vc e lembre-se vc é muito mais sempre.